O alimento constitui uma categoria histórica, pois os padrões de permanência e mudanças dos
hábitos e práticas alimentares têm referências na própria dinâmica social.
Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui atitudes ligadas aos usos,
costumes, protocolos, condutas e situações. A historicidade da sensibilidade gastronômica explica e
é explicada pelas manifestações culturais e sociais como espelho de um período e que marcam uma
época. Este projeto tem como finalidade dar continuidade ao projeto de pesquisa ‘Memória e
Identidade nas receitas tradicionais de mulheres negras de Ouro Preto’ desenvolvido em 2018, que
pesquisou e registrou algumas receitas tradicionais da cultura ouro-pretana visando evitar que ocorra
o desaparecimento de técnicas e hábitos utilizados por mulheres negras que nasceram até a metade
do século XX. O presente projeto tende a buscar a construção de registro da memória gastronômica
e identitária, possibilitando a difusão do conhecimento culinário antes pesquisado por meio de
oficinas culinárias no modelo de FIC e confecção de apostilas das receitas que formarão um
caderno-livro de receitas e memórias alimentares das entrevistadas.
Para continuidade a esta ação, serão reunidas todas as receitas compiladas, será feita a
identificação dos insumos necessários e as preparações serão reproduzidas em laboratório.
Posteriormente as receitas e modos de preparo serão publicizados à comunidade, primeiramente em
formato de FIC e posteriormente em forma de um caderno-livro de receitas e memórias da cultura
alimentar das entrevistas, fruto do curso a ser realizado, para fim de registro e uma maneira de
salvaguardar a identidade das mulheres envolvidas e da comunidade de Ouro Preto.
Palavras-chave: Receitas tradicionais, Identidade, mulheres negras, Ouro Preto.